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Profissionais da saúde alertam sobre os riscos da automedicação

No Brasil, a taxa de automedicação é um habito comum em 77% da população, de acordo com pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia em 2019.


Por: Jessica Machado e Juliana Moreira

 
Foto: Franki Chamaki by Unsplash

Em um cenário pandêmico, a preocupação com a contaminação do Coronavírus levou muitos brasileiros a recorrerem à automedicação, uma vez que a maior precaução é ficar em casa e evitar lugares mais suscetíveis à transmissão do vírus, como os hospitais.


Os medicamentos são uma parte importante nas vidas das pessoas, eles podem auxiliar nos tratamentos de doenças, melhorar dores e trazer qualidade de vida, se usados corretamente. “O uso correto deve seguir um ciclo que vai desde a prescrição ao acompanhamento por parte do médico associado a um farmacêutico, que irá garantir o uso racional e o sucesso dos objetivos terapêuticos.”, alerta o farmacêutico Filipe Chagas.


Um estudo realizado em abril desse ano pela IQVIA, empresa líder global no fornecimento de informações, serviços e soluções para área da saúde, constatou aumento nas vendas de alguns medicamentos relacionados à Covid-19 nos primeiros meses de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. Os remédios com base em vitaminas C foram campeões em comercialização, ultrapassando 180% de diferença em relação aos demais.


Gráfico apresenta os medicamentos que os brasileiros mais utilizam em seu dia a dia, sendo os analgésicos os mais usados para a automedicação.

Uso de remédios


Com o Sistema Único de Saúde (SUS), a população tem uma facilidade para obter os remédios que necessita. Esse fácil acesso e a qualidade de vida precisam andar de mãos dadas com a consciência de fazer o uso correto dos medicamentos.


O farmacêutico Douglas de Carvalho afirma que o ato de se automedicar é normal e que todas as pessoas já fizeram ou vão fazer algum dia. “Quem nunca tomou um comprimidinho de dipirona ou paracetamol quando sentiu uma dor de cabeça?”, questiona. O problema é quando essa prática se torna um hábito e, pior, quando o medicamento é tomado sem responsabilidade e nenhum acompanhamento médico.


Os maiores riscos da automedicação para a saúde são a intoxicação, a resistência a medicação, as reações alérgicas e até mesmo a morte. Todo fármaco possui algum efeito colateral, ingeri-los por conta própria pode também prejudicar ou diminuir a função do tratamento de outro remédio para pessoas com pressão alta ou diabetes, por exemplo.


A enfermeira Isabel Meirelles reforça a importância da orientação de um profissional: “O acompanhamento médico é extremamente importante. Ele irá avaliar individualmente o histórico médico e as condições clínicas do indivíduo antes da prescrição.”


Se manter alerta sobre as consequências e o uso correto é essencial na hora do tratamento, como orienta a farmacêutica e especialista em farmácia clínica Nadja Rodrigues Bessa. “O uso apropriado de medicamentos acontece quando os pacientes recebem os remédios compatíveis à sua condição de saúde, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período de tempo correto e ao menor custo possível para eles sempre sob prescrição medica e orientação farmacêutica.”


Gráfico apresenta as causas de intoxicação no Brasil, os medicamentos são 50% do motivo de pessoas chegarem aos hospitais passando mal.

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