Artistas e empresas se adaptam para proporcionar opções de diversão com segurança durante a quarentena.
Por Maiara Pereira Muniz
Desde o início da quarentena provocada pelo coronavirus, os eventos online preencheram as agendas de pessoas no mundo inteiro. As transmissões ao vivo inundaram redes sociais como Facebook, Instagram e YouTube. Por recomendação das autoridades de saúde, todos os eventos presenciais foram suspensos para evitar ainda mais o contágio da covid-19, e assim, artistas do mundo todo mantiveram contato com seu público por meio das lives.
Um dos primeiros artistas brasileiros que aderiu a esse formato foi o cantor Gusttavo Lima, com a live “Boteco em Casa”, realizada no dia 29 de março. Totalizando mais de cinco horas de show e 750 mil visualizações, ele arrecadou mais de R$100 mil e toneladas de alimentos para pessoas em situações precárias por conta da pandemia. Após isso, muitos artistas, a pedido dos fãs em redes sociais, começaram a anunciar shows online. Apresentações da dupla Jorge & Mateus e da cantora Marília Mendonça ultrapassaram a marca de 3 milhões de acessos simultâneos, garantindo também toneladas de alimentos e produtos de higiene para doações. Em termos de comparação, seria como se toda a população do Uruguai estivesse assistindo à live.
Um ponto interessante desse novo formato de show foi o retorno de muitos artistas que fizeram sucesso nos anos 2000. Nomes como Maurício Manieri, Sandy & Junior e Br’oz despertaram a nostalgia dos fãs trazendo transmissões ao vivo com os maiores sucessos de suas carreiras.
“A pandemia nos fez organizar melhor os nossos próximos passos. Para prender a atenção do público é necessária uma boa aparelhagem de áudio e vídeo e uma internet que não trave”, afirma o cantor André Marinho, membro do grupo Br’oz desde 2003. Após a gravação de dois clipes durante o isolamento social, o cantor relatou as dificuldades de produzir conteúdo em casa. “Gravamos as vozes e o vídeo pelo celular. Se tivesse sido produzido na gravadora seria muito mais fácil, mas após algumas edições, tudo acabou dando certo.”
O Impacto da Interação Online
De acordo com o portal de notícias B9, o Instagram registrou um aumento de cerca de 70% na produção de lives em março deste ano, comparado ao mesmo período de 2019. Já o YouTube registrou um crescimento de 19% nas lives e um aumento de 4.900% de buscas por conteúdos ao vivo. Todo esse consumo é uma oportunidade para que artistas e os mais diversos tipos de criadores de conteúdo produzam e atinjam ainda mais seguidores.
Isolamento não significa necessariamente a ausência da interação. Muitas outras formas de conexão devem surgir durante este novo estado social. Por exemplo, por meio de aplicativos de videoconferências, alguns artistas improvisam um jeito de conversar com os fãs que estão em seus carros, perguntando, por exemplo, como as pessoas estão encarando a pandemia.
A interação em tempo real com artistas proporcionada pelas lives diminui a sensação de solidão causada pelo isolamento, além de oferecer uma chance de ajudar e contribuir no combate ao coronavírus sem sair de casa, por intermédio de doações feitas por meios digitais. Em tempos difíceis a tecnologia é muito importante, sendo usada de maneira positiva, contribuindo tanto para o bem-estar quanto para a saúde mental da sociedade.
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