O renascimento de tendências fashion beneficia também o movimento da moda consciente pelo meio ambiente.
Por Amanda Carmona e Ana Carolina Selma
Todo o conceito de Moda Retrô não traz apenas estilos diferentes de se vestir mas também caminha junto da Moda Consciente, destacando a problemática social e ambiental escondida nas roupas.
Para Suyane Silva, 23, ex-estudante de moda e funcionária do "Brechó Boutique Vintage", o que lhe atraiu neste estilo foi a identidade única construída a partir deste conceito. "A Moda vintage dá às pessoas a possibilidade de ter algo único, raro e especial que ninguém mas vai ter", comenta a jovem. "A ideia de peças únicas e consumo mais sustentável foi o que me atraiu nessa vivência".
A indústria da moda atual é movida pelo conceito do Fast Fashion, padrão de produção e consumo que consiste em produtos fabricados por uma mão de obra barata e de qualidade inferior, consumidos e, consequentemente, descartados rapidamente. Graças a isso, vamos criando assim um padrão de obtenção e descarte constante.
"Com relação aos desafios mais evidentes nesta área do mercado da moda, a estudante destaca o preconceito que rodeia o consumo de roupas de segunda mão. É bem presente a ideia de que em brechó só vende roupa velha e gasta e a crença de que a alma dos antigos donos está nas peças", explica. Ainda sobre os desafios deste modelo de consumo em crescimento, ressalta a dificuldade de prosperar como um mercado pequeno. "É difícil bater de frente com as grandes indústrias, marcas e o ideal de consumo das pessoas por coisas novas."
O retorno de peças clássicas e estéticas como a vintage e a retrô incentiva o consumo de peças de segunda mão, vindas de brechós, boutiques e bazares, o que beneficia positivamente o movimento da moda consciente.
Segundo Willian Luchesi, 22, formado em moda pela FMU, esse fenômeno se deve a
tendências. "Elas estão sempre indo e voltando, a moda de certa forma é mutável, pode se
renovar", explica. "Nos anos 2000 acho que não seria comum ver pessoas adotando tanto o estilo dos anos 80 como hoje. Conheço algumas pessoas que também gostam de um estilo mais disco, hippie dos anos 70. Daqui a dez anos, quem sabe o que vai estar influenciando as pessoas?", completa Luchesi.
Esse modelo possibilita construir uma identidade singular utilizando peças clássicas e de segunda mão, que não apenas abraça a estética de décadas passadas, mas também vivencia revoluções desta indústria tão influente.
A moda é caracterizada como o estilo da vestimenta de determinada época. Com o passar dos anos é possível perceber a grande variação de cores e estilos que nós seres humanos fomos inventando ao longo dos tempos.
Como não reconhecer os scarpins dos anos 1950 popularizados por Gabrielle Chanel ou as “minissaias” tão populares nos anos 1960? Cada década fica marcada por um estilo e isso não dá para negar. Com tantas opções, a moda acabou se tornando algo cíclico, em que tendências antigas podem ficar anos sem alguma relevância e, de forma repaginada, aparecer novamente em lojas de departamento se tornando peças novamente populares.
Se trata da moda retrô, que vem ganhando espaço desde 2019 e influenciando totalmente o mercado estético atual.
Podemos citar exemplos como a modelagem de roupas Oversized (muito populares nos anos 1990), a modelagem ampla, que são aquelas peças mais larguinhas e com comprimentos maiores, comumente vistas em moletons, camisetas, jaquetas, blazers, calças, vestidos e shorts.
Outra tendência vinda dos anos 1990 que voltou com tudo é o Slip Dress, um vestido todo delicado de alça fina e com um estilo que lembra bastante uma camisola, que nos tempos atuais pode ser combinado com camisetas, tênis e até mesmo coturnos.
As Bijoux Chunky cheias de brilho e joias também voltaram, compondo visuais com as mais variadas peças.
E finalizando com um tecido muito utilizado até hoje, o jeans veio reviver o retrô com a
modelagem Mom bastante popular também nos anos 80 e 90.
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