Por Lucas Cesare
A famosa quarentena, na qual ouvimos tanto falar nos últimos meses, afetou a todos, desde os mais ricos, até os mais pobres, dos mais famosos, até os menos conhecidos, em qualquer lugar do mundo. O esporte, por sua vez, não saiu ileso de toda esta situação, muito pelo contrário, a área esportiva sofreu diversas alterações, desde a restrição de portões fechados, até o adiamento ou cancelamento de competições importantes. E quem mais sofre com toda essa condição obviamente são os atletas que, obrigados a permanecer em casa, não conseguem manter sua rotina de treinos e acabam perdendo a melhor forma física.
Obviamente não estamos falando aqui de atletas de elite, até porque praticamente todos possuem suas próprias academias em suas casas, onde puderam treinar e manter a forma durante o isolamento. Porém, o cenário é outro quando tratamos de esportistas em um patamar abaixo, como por exemplo os jovens que estão iniciando agora suas carreiras. É o caso de Débora Borges, nadadora de 19 anos do Corinthians e João Rezende, volante de 20 anos que atua no Clube Desportivo de Gouveia, em Portugal.
“Foi um pouco difícil porque todas as piscinas estavam fechadas, então eu tive que me renovar, treinar em casa, fazer atividades por ligação... eu não tinha muitos equipamentos em casa, não tinha peso, nada, então tive que fazer mais aeróbicos sabe? Foi bem difícil porque é uma mudança muito drástica e repentina”, lembra Débora.
Foi muito comum aos atletas notarem mudanças em seus corpos durante esse período, isso porque eles tiveram que se virar como podiam para conseguir fazer exercícios que simulassem aquilo que costumam praticar diariamente e, na maioria das vezes, o resultado não é tão eficiente como o esperado.
“Senti muita diferença no meu corpo, pois senti que estava perdendo muita massa magra, muita força, resistência... quando voltamos a jogar parecia que eu nem sabia respirar mais, parecia que eu não tinha mais força para fazer as coisas que fazia antigamente, parece que eu tinha perdido noção do tempo de bola, noção de jogo, mas isso em pouco tempo consegui recuperar com os treinos”, relatou o jogador.
Felizmente, graças à tecnologia existente nos dias atuais, os atletas não ficaram abandonados durante este período. Os clubes sempre forneceram suporte e se colocaram à disposição para ajudar no que fosse preciso, nos conta João. “Tive um acompanhamento profissional pelos responsáveis do clube, com eles passando alguns exercícios e também consegui falar com o meu personal, então ele também passava atividades para eu fazer e isso foi o que me ajudou a não perder tanto a minha forma física”.
Atualmente os treinos já voltaram, porém existe toda uma burocracia que deve ser seguida à risca para garantir que não haja novos casos da doença nos clubes. Débora nos conta que no Corinthians todas as devidas normas de higiene para prevenir o contágio estão sendo seguidas, inclusive que os atletas não podem ficar nenhum momento sem máscara. “A gente tira a máscara e já pula imediatamente na água”. Já em Portugal, os números de casos da doença têm aumentado nas últimas semanas, e por conta disso, a 4ª divisão do campeonato português, a qual João disputará, será adiada, de 4 outubro, para 15 de novembro.
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