Por Enzo Ferreira
Nunca houve dúvidas da importância do esporte em nosso país. Descrito como um catalisador de tensões sociais, os brasileiros encaram essa prática como essencial para o desenvolvimento físico, além de ser visto também como uma atividade importante para restaurar a condição mental. Porém, tudo isso teve que ser paralisado após o início do estado de emergência devido ao novo corona vírus.
Devido à quarentena, com o objetivo de preservar não só o próprio indivíduo, mas todos ao seu redor, muitas pessoas que dependiam do esporte para se manter estável física e mentalmente desenvolveram uma certa fragilidade.
Essa situação se aplica ao atleta amador Bruno Muniz, de 25 anos que se encontra na área esportiva desde que era criança e lidou com essa condição de se privar com mais dificuldade. “Eu fiquei um pouco triste, até porque vinha de uma rotina muito forte de treinos, de manhã à tarde, sempre procurando fazer uma atividade, seja futebol, correr ao ar livre, academia ou o futevôlei, que eu adoro, e parar de ter essa rotina foi muito triste”, relata.
Bruno menciona uma questão que é pouco abordada na sociedade e é vista com desdém entre as pessoas: a fragilidade mental que os indivíduos tiveram que encarar neste isolamento social. “Minha cabeça mudou muito nessa fase, e essa pandemia serviu muito como oportunidade para melhorar psicologicamente e entender que não é só da atividade física que precisamos. A gente tem que cuidar da saúde mental, que era algo que no meio da rotina estressante deixávamos de lado”, explica o atleta amador.
Ao desabafar com os familiares e a namorada a respeito do que sentia, Bruno conseguiu reverter o quadro na qual se encontrava e, mesmo não jogando bola devido à proibição de aglomeração social, ele resolveu improvisar para poder realizar os treinos em casa mesmo.
Mesmo que as condições ainda não tenham voltado ao normal, ele entende que a quarentena trouxe uma reflexão sobre si mesmo e mantém a esperança de que, em breve, estará melhor do que no início da quarentena, e destaca a importância de preservar a saúde mental. “A gente pensa que é o fim do mundo alguns problemas, mas na verdade só é mais um que devemos encontrar uma solução, para mim foi a melhor e mais fundamental lição na minha vida, entender a cabeça humana, porque o psicológico é essencial”, diz o atleta amador.
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